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Visto, Logo Existo - o que está por trás da LOGOMANIA!

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Visto, Logo Existo - o que está por trás da LOGOMANIA!

Desde que as marcas entenderam que seus logos eram percebidos como símbolos poderosos de status e pertencimento, vai e vem vemos a moda abusando do que ficou cunhado como "logomania".

As imagens abaixo não me deixam mentir:

 

A minha pergunta é: você sabe como tudo isso começou? A resposta envolve apropriação cultural, o universo dos hustlers e rappers americanos da década de 80 e batalhas judiciais quentes entre marcas de luxo e um cara chamado Dapper Dan.

 

Dapper Dan, hoje com 75 anos

Então vamos lá:

Pense na comunidade negra no Harlem da década de 80. Preconceito era mato né? Daí que vários dentre eles estavam ganhando dinheiro, às vezes com atividades ilícitas (o que existe em qualquer comunidade) e nessa época especificamente com o boom do RAP, estilo musical que fazia parte de um grande movimento cultural que incluía dança, grafite e outras formas de expressão de pessoas que se sentiam “marginalizadas pelo sistema”, vamos colocar de maneira bem simplista assim.

O Dapper Dan, designer e dono de uma loja famosa nesta comunidade na época entendeu que as pessoas associavam certas marcas a status e luxo tanto quanto peles ou diamantes. E ele entendeu também que a logomarca dessas labels representava tudo isso. E então teve a brilhante idéia de fazer roupas CHEIAS desses símbolos pra atender um público que desejava ostentar este poder, como muitos negros queriam, já que eles sempre houveram sido marginalizados pelo high society da época.

Olha que interessante essa frase dele:

"If they feel that good from a little Louis Vuitton pouch, imagine what they’d feel if I made them look like luggage?"

(Se eles se sentem tão bem com uma bolsinha Louis Vuitton, imagina como eles se sentiriam se eu fizesse eles se parecerem com uma bagagem. - numa alusão às famosas malas de monograma da Louis Vuitton)

Talvez o fruto mais famoso desse pensamento seja essa jaqueta bomber de 1989:

Eventualmente a Gucci entrou na justiça contra Dapper, que perdeu a ação mas ganhou a guerra: a logomania já havia sido criada e devidamente "captada" pela indústria da moda.

(Detalhe, a mesma Gucci foi indiciada por Dapper, anos depois, por se "apropriar' do modelo acima, em desfile de 2017.)

Bomber da Gucci que gerou ação sobre apropriação. Ou plágio, rs.

 

Essa "tendência" de moda suscita muitos debates sobre o apego excessivo à aparência e ao status, sobre apropriação cultural (Dapper disse em uma entrevista que "a Gucci pode dizer 'você pegou nossos símbolos'. Bom, vocês pegaram nossa liberdade". É, a discussão é complexa...). Essa celeuma Andy Warhol já havia suscitado com sua Pop Art, lembra?

Print de Andy Warhol, de 1962

 

Se é verdade que ostentação, na minha opinião, me parece cafona, por outro lado a admiração por marcas pode ir muito além da simples futilidade, ter um viés divertido e dar a sensação de pertencimento a um universo de valores que pode ser bem legal. As marcas, mais do que nunca, entenderam que elas têm que ter algum propósito, ainda que esse propósito seja a ausência de um propósito.

O símbolo do Ateliê tem as iniciais EH, se você olhar por outros ângulos (sempre bom!)

Ele também parece uma chave ou uma âncora, "símbolos" que podem ser bem interessantes (dá-lhe semi-ótica!)

Sempre presente em nossas criações, mas normalmente como uma etiqueta discreta, nosso símbolo é estrela de algumas peças, que têm essa pegada divertida a que me referi acima. Olha só:

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Para ver uma entrevista do Dapper Dan para o New York Times que eu achei bem interessante clique aqui.

Por hoje é só, espero que tenham gostado do conteúdo!

 

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